Matheus Viana
Temos
necessidade do renovo de Deus sobre as nossas vidas. Jesus ensinou a seguinte
oração: “O pão nosso de cada dia dá-nos
hoje” (Evangelho segundo Mateus 6:11).
Clamor que reflete nossas necessidades natural (alimento para o corpo) e
espiritual (a ação do Espírito Santo em nós e o entendimento de Sua Palavra). Jesus
disse que é o pão vivo que desceu do céu (Evangelho segundo João 6:51) ao fazer alusão sobre o
suprimento do maná aos hebreus no deserto. Mas Jesus subiu aos céus e enviou o
Espírito para continuar em nós, e através de nós, Sua obra (João 14:26, Mateus
28:19). Assim como o maná era renovado diariamente – exceto no sábado, o dia do
descanso – (Êxodo 16:4), o Espírito Santo se renova sobre nós (II Coríntios
3:18) a fim de completar Sua obra até atingirmos a estatura do varão perfeito
(Efésios 4:11) e refletirmos Sua imagem (Romanos 8:29).
No
entanto, este renovo está sujeito a um padrão imutável. O apóstolo Paulo diz
que este renovo, que se refere ao fato de sermos edificados como edifício de
Deus, que se refere à Igreja Gloriosa de Efésios 5:27, está alicerçado
“no fundamento dos apóstolos e dos
profetas, tendo Jesus como a Pedra Angular” (Efésios 2:20-21).
Infelizmente
temos visto que esta necessidade de renovo tem levado boa parte da Igreja e se
sujeitar há vários movimentos. A advertência do apóstolo Paulo aos efésios: “O propósito é que não sejamos mais como
crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para
lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem
ao erro” (Efésios 4:14), neste contexto, torna-se bastante atual.
Há
os que dizem ter recebido de Deus a incumbência de restaurar o ministério apostólico,
por exemplo. Contudo, ignoram o fato de que os apóstolos foram levantados por
Deus, através de Jesus, como base da Igreja, assim como os profetas do Antigo Testamento
que profetizaram até o advento da vinda de Cristo.
Conforme
relatei no texto Os cristãos e os absolutos de Deus: “A maneira de
ser, pensar e agir de um cristão deve estar pautada nos absolutos de Deus. Veja
que Paulo se refere aos apóstolos, que
continuaram a difundir o legado de Cristo, aos profetas, que se referem à Lei dada por Deus ao Seu povo
através de Moisés e às promessas que apontavam para a vinda de Jesus, o Deus
que se fez homem (Evangelho segundo João 1:14, Colossenses 1:15) contidas no
Antigo Testamento. E, claro, todos esses fundamentos convergem no próprio Jesus
que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Evangelho segundo João 14:6).”
Ou seja, os profetas nos deram o Antigo Testamento
e os apóstolos, com exceção de Marcos, Lucas, Tiago e Judas, nos deram o Novo
Testamento. Ambos convergem em Cristo, a Pedra Angular, o supremo alicerce aos
quais somos edificados. E Jesus é o mesmo ontem, hoje e será eternamente
(Hebreus 13:8). Não há, portanto, lugar para reforma ou restauração no sentido
de acrescentar algo a ele, como a renovação apostólica vigente, entre outros, pretende.
A própria Reforma Protestante do Século XVI proclamou o retorno a este Alicerce
ao bradar Sola Scriptura.
Mas há muitos outros movimentos que, ao analisarmos,
encontramos muitos princípios e conceitos conflitantes com as Escrituras. O que
faz surgirem, em contrapartida, movimentos que se colocam como vanguardistas da
fé e se portam como se fossem os únicos defensores e portadores da Igreja
Gloriosa. Sim, a apologética faz parte do exercício do cristianismo. O
apóstolo Pedro exorta: “Estejam sempre
preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança
que há em vocês.”. O apóstolo Paulo, ao dialogar com estóicos e epicureus,
faz apologia sobre a fé no Deus Único, Criador dos céus e da terra (Atos 17:22-30).
Contudo, é preciso saber que não há ninguém que tenha pleno conhecimento da
verdade. Uma coisa é saber que a Verdade existe e quem ela é. Outra bem
diferente é conhecê-la plenamente. A obra do Espírito que, conforme Jesus
advertiu, nos guia à Verdade e ao conhecimento dela, é paulatina (Evangelho segundo João 16:13).
Por isso, não somos independentes. Mas precisamos uns dos outros como membros
diferentes de um único corpo (I Coríntios 12:12-30).
Resumindo: o renovo do Espírito possui um
fundamento imutável. Não há lugar para neo-doutrinas, tampouco para restaurações
ministeriais que foram estabelecidas por Deus na História da Igreja em tempos e propósitos específicos. Uma das
causas principais para o surgimento de movimentos assim é a necessidade de
renovo. Todavia, esta necessidade, dada pelo próprio Deus ao ser humano, não
pode acrescentar algo a este alicerce ou “restaurar” algo que já está concluído.
Nossa função é examinarmos as Escrituras (o Maná espiritual de Deus a nós) a
fim de conhecermos a Verdade, sermos por ela transformados para nos tornarmos
agentes de transformação (Evangelho segundo João 5:39) e praticá-la (Tiago
1:22). O desejo por exercemos tal função continuamente é que precisa ser
renovado a cada dia.
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