Matheus Viana
Jesus certa vez ensinou: “O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra”. (Evangelho segundo Marcos 4:6). Analogia perfeita. O primeiro mandamento que Jesus emitiu aos Seus discípulos foi: “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos Céus.” (Evangelho segundo Mateus 10:7). A outro homem, proferiu: “Deixe que os mortos sepultem seus mortos, você, porém, vá e proclame o Reino dos Céus”. (Evangelho segundo Lucas 9:60).
Em consonância com a Parábola do Semeador (Evangelho segundo Mateus 13:1-23), a semente que somos chamados a semear é a mensagem deste Reino. Contudo, ela é viva e eficaz (Hebreus 4:12). Ou seja, é o próprio Reino dos Céus em ação sobre a terra (Evangelho segundo Mateus 6:10).
Precisamos esclarecer algo. Há uma grande distância entre pregar o Evangelho, fazendo uso da multiforme e sabedoria que Deus nos concede (Efésios 3:10), e exercer conversão. Veja o manifesto de Paulo, o apóstolo: “Porque, se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o Evangelho!” (I Corintios 9:16). Isso é consciência profética!
No entanto, este árduo comprometimento não anula a verdade fundamental de que o desenvolvimento da semente chamada Reino dos Céus no coração das pessoas não cabe a nós. Palavras do próprio Jesus: “Noite e dia, estando ele dormindo ou acordado, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como”. (Evangelho segundo Marcos 4:27). É o Espírito Santo, somente Ele, quem convence o ser humano do pecado, da justiça e do juízo (Evangelho segundo João 16:8). Mas, para isso, conta com o nosso plantio da semente do Evangelho. Um não funciona sem o outro. Não deixe de ler o texto ‘Respeitando fatores’
Jesus também disse para fazermos discípulos (Evangelho segundo Mateus 28:19). É aqui que paira a grande confusão. Discípulos de quem? De Jesus, claro. Ainda que a responsabilidade de guiarmos pessoas rumo à plenitude de Cristo (Efésios 4:13) seja nossa (I Coríntios 11:1), através do ‘Fazer e ensinar’ e da ação do Espírito Santo (II Coríntios 3:18), o mestre sempre será Ele. Conforme Paulo preconizou, o desejo de Deus é de ter muitos filhos conformes a imagem de... Ele mesmo: Jesus (Romanos 8:29).
Há um abismo entre império e reino. Grosso modo, um imperador ergue seu império pela imposição da força, subjugando seus súditos. Já o rei de um reino genuíno é aclamado e aceito pelo povo. Somos chamados a pregar o ‘Evangelho do Reino dos Céus’. Contudo, há muitos erguendo impérios subjugando pessoas com um evangelho distorcido em nome de Deus. Por mais que a responsabilidade de levar pessoas ao pleno conhecimento da verdade seja nossa (I Timóteo 2:4), somos apenas sacerdócio real (I Pedro 2:9), nada mais que isso. Não deixe de ler o texto 'Unidade de propósito, diversidade de linguagem'.
Precisamos confessar que, durante nossa trajetória como semeadores, somos tentados a desanimar quando não vemos o crescimento dos devidos frutos. Confesso que vivo este drama. Há períodos – longos, diga-se de passagem – em que temos a triste impressão de que nosso árduo trabalho é vão. Mas precisamos nos lembrar, constantemente, de que a semente uma vez plantada não volta vazia. No devido tempo, ela dará o seu fruto (Isaías 55:11).
Jesus dissertou sobre o coração humano abordando diferentes tipos de terra. Não temos o poder de classificar se ela é boa ou ruim. Nosso dever é plantar a semente do Reino através da prática do Evangelho vivo e eficaz (Tiago 1:22-23).
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