Matheus Viana
Assistindo o discurso de Ronaldo “Fenômeno” na entrevista coletiva onde sacramentou sua aposentadoria, uma afirmação específica me chamou a atenção: “Perdi para o meu corpo. Minha cabeça pensa, mas o corpo não responde”.
Assistindo o discurso de Ronaldo “Fenômeno” na entrevista coletiva onde sacramentou sua aposentadoria, uma afirmação específica me chamou a atenção: “Perdi para o meu corpo. Minha cabeça pensa, mas o corpo não responde”.
Longe de ser um renomado e talentoso atleta, sei bem o que é isso. Conheço profundamente a penosa experiência de o corpo não responder aos mecanismos e impulsos do cérebro. O que nos limita, e muito, de fazermos não apenas aquilo que desejamos, mas, em alguns casos, também de sermos o que somos. Ronaldo precisou deixar de ser jogador de futebol – identidade com a qual ficou mundialmente conhecido e aclamado - por conta da limitação que o acomete.
Mas a recíproca também é verdadeira. Seremos bastante limitados se, mesmo com um corpo em perfeito estado, a cabeça não pensar. A máxima de Descartes, “penso, logo existo”, elucida bem esta verdade. Não viveremos conforme nossa personalidade se o nosso intelecto não estiver condicionado para tal.
Não é a toa que Cristo é o cabeça da Igreja (Efésios 5:23), seu corpo na Terra (I Coríntios 12:12). Baseado nesta verdade, Paulo nos adverte a termos a mente de Cristo (Efésios 1:21). O principal fracasso da Igreja é exatamente não viver de acordo com o intento que o levou a ser gerada (Evangelho segundo Mateus 16:18, Atos 2:38-40). Simplificando: ser o que ela é. O motivo? Anomalia intelectual. Ou seja, não pensar segundo a mentalidade de Cristo (I Coríntios 2:16).
É por isso que o apóstolo Paulo preconiza: “Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus”. (Romanos 12:2). Não a experimentaremos sem a plena consciência de quem verdadeiramente somos (Romanos 12:3). E, na medida em que a adquirimos, somos cientes de nossa crucial necessidade de nos submetermos à esta renovação de mente (Efésios 4:23).
Contudo, não basta termos o intelecto são se o corpo não for capaz de acompanhá-lo. É por este motivo que Paulo elucida, em sua carta aos romanos, que precisamos receber do mesmo Espírito que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, a fim de que os nossos corpos sejam restaurados (Romanos 8:11).
Há mais de 12 anos meu corpo é acometido por uma séria deformidade óssea que me limita sobremaneira. Mesmo assim, sou convicto de quem sou, a primeira parte da restauração iminente. Condicionar meu intelecto a viver segundo este parâmetro é o passo seguinte.
É neste mote que Deus nos faz a seguinte proposta: “Anda na minha presença e sê perfeito”. (Gênesis 17:1). A principal verdade que precisamos descobrir a nosso respeito é de que somos dependentes dEle. Ela é o núcleo da plena harmonia entre mente e corpo que culmina na vida abundante que Ele nos oferece (Evangelho segundo João 10:10). No entanto, aceitar esta proposta é vital. Pense nisto!
Publicado na edição 008 da revista Profecia
Publicado na edição 008 da revista Profecia
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