quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Plataforma invisível


Pedro andou sobre as águas porque estava alicerçado em uma plataforma constituída de quatro fundamentos. O verdadeiro cristianismo consiste numa caminhada sobrenatural. No entanto, o sobrenatural traz consigo um propósito.

Matheus Viana

Pedro andou sobre as águas. Mais do que um fato extraordinário, é a demonstração do caminho pelo qual Deus deseja que andemos. Na verdade, Pedro andou sobre uma plataforma constituída de quatro fundamentos, cujo primeiro é o veredicto emitido por Jesus: “Vem!” (Evangelho segundo Mateus 14:29). Veremos os outros três em breve.

Este desafio proposto revela que Seu intento não é apenas que provemos o milagre. Mas que aprendamos o princípio de que o verdadeiro cristianismo consiste numa caminhada sobrenatural. No entanto, o sobrenatural traz consigo um propósito. Ele é, de certa forma, revelado na profecia proferida por Jesus: “De fato, o Elias virá e restaurará todas as coisas”. (Evangelho segundo Mateus 17:11). Sim, parte desta profecia se cumpriu na vida de João Batista (Evangelho segundo Mateus 17:12). Contudo, ela ainda repousa sobre sua Igreja.

Jesus nos ensina a seguinte oração: “Venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. (Evangelho segundo Mateus 6:10), que nada mais é do que a verbalização do clamor divino. Por isso, devemos ter em mente que a resposta a esta oração é proveniente da seguinte verdade declarada por Jesus: “O reino dos céus é tomado por esforço, dos que com força se apoderam dele”. (Evangelho segundo Mateus 11:12).

O apóstolo João preconiza: “Para isto se manifestou o filho de Deus, para destruir as obras do maligno”. (I João 3:8). Além disso, há um decreto sobre a Igreja estabelecido pelo próprio Jesus que diz: “Eu edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Evangelho segundo Mateus 16:18). Resumindo: estabelecer o Reino dos Céus na Terra é destruir as obras do maligno. “O mundo jaz do maligno.” (I João 5:19), adverte o apóstolo João. Por isso, nossa jornada é na direção contrária à filosofia vigente. O que nos fará ser “açoitado pelas ondas” (Evangelho segundo Mateus 14:24). É exatamente aqui que entra o andar sobrenatural.

A humanidade está enredada pelo humanismo. Basta analisarmos os fatos atuais e a pedagogia disseminada por instituições como a UNESCO e o MEC para constatarmos a veracidade do diagnóstico feito pelo apóstolo Paulo: “Mas o deus deste século cegou o entendimento das pessoas”. (II Coríntios 4:4). O marxismo - em parceria com o evolucionismo - e o materialismo regem a intelectualidade moderna e seu consequente comportamento. O resultado? Devoção a uma filosofia completamente contrária aos princípios e conceitos do Reino dos Céus.

Podemos dizer que a distância entre Jesus e o barco, narrada por Mateus, é a demonstração da incompatibilidade da razão humana para com a divina. Contudo, Jesus, através de Sua Igreja, caminha em sua direção “andando sobre as águas” de um mar revolto. Não há outro caminho, apenas uma plataforma invisível.

O segundo fundamento desta plataforma é o Espírito Santo. Pedro andou sobre o mesmo Espírito que pairava sobre a face das águas no princípio. A narrativa mosaica é clara: “E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” (Gênesis 1:2).

Sim, Deus mudou drasticamente esta realidade e colocou ordem no caos em seis dias pelo poder de Sua Palavra. No entanto, a queda do homem deu início a um intenso processo de degradação (Gênesis 3:17, Romanos 5:12). O efeito não poderia ser diferente. Ele é descrito pelo profeta Isaías: “Eis que as trevas cobrem a terra e a escuridão os povos”. (Isaías 60:2). Em decorrência disto, o apóstolo Paulo elucida: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou. Na esperança de que também a mesma criatura será liberta da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.”. (Romanos 8:20 e 21).

Constatações: as trevas cobriam a face do abismo no princípio. O barco dos discípulos estava enredado por uma turbulenta tempestade. Realidades, apesar de bastante distintas, caóticas. Guardadas as devidas proporções, o contexto atual não é diferente. Contudo, o Espírito Santo continua a pairar sobre a “face das águas”. Assim como culminou no processo de ordem e de Criação na gênese, o pairar (ação) do Espírito de Deus é que propiciará o cumprimento da profecia de Jesus de que todas as coisas serão restauradas (Evangelho segundo Mateus 17:11)...

Continua... 

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