sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Vem para o meio!


A devoção ao sábado quase impediu Jesus de curar um homem com a mão ressequida. Mão fala de ação. Quantas pessoas estão impedidas de realizar a obra de Deus em detrimento do jugo de certos sistemas vigentes em nossas “sinagogas”?

Matheus Viana

Certa vez Jesus entrou em uma sinagoga e encontrou algo inusitado: um homem com a mão ressequida (Evangelho segundo Marcos 3:1-6). Jesus estava, neste contexto, em plena atividade – e não ativismo – ministerial. Realizava várias curas. O Espírito Santo estava sobre Ele. Havia um enfermo a ser curado diante dEle. Em uma sinagoga. Local, razão e circunstâncias propícias para mais um milagre. Nem tanto. Havia um sério entrave: era sábado.

Naquele dia, Jesus encontrou um homem necessitado de cura. No entanto, alguns que frequentavam a sinagoga tinham olhos apenas para pegar Jesus ‘na curva’. Ou seja, ter algo para acusá-lo. A falta de sintonia era notória. A tradição religiosa não poderia ser quebrada, mesmo que culminasse na cura de um enfermo. “Quem é esse tal de Jesus para violar a lei?”, vociferava a religião.

Jesus reconhecia o valor inestimável de uma vida. Não é a toa que se rendeu em sacrifício por nós. Ainda que veio para cumprir toda a Lei (Evangelho segundo Mateus 5:17), era ciente de que seu valor nunca excede o do ser humano. A Lei foi criada para beneficiar, não para oprimir. Jesus explicita tal verdade de outra maneira: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” (Evangelho segundo Marcos 2:27).

Tamanha compaixão O levou a desafiar a religião. Não foi rebeldia. Mas puro bom senso. “E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio.” (Evangelho segundo Marcos 3:3). Sábio como nenhum outro, indagou: “É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se.” (Versículo 4). O silêncio tomou conta do recinto.

A Nova Versão Internacional diz que Jesus se irou. Não era para menos. A resposta era  - e é – bastante simples. Mas não foi ouvida. “Quem cala, consente”, diz o provérbio popular. Tal silêncio foi o grito da indiferença que os acometia. A religião era senhora de seus corações. Não é diferente hoje. Ela apenas ganhou uma parceira inseparável: o sistema eclesiástico.

Algumas obras não serão aceitas, mesmo que atendam o rigoroso crivo do Evangelho de Cristo e redundem na restauração do próximo, em qualquer área, se não obedecerem aos critérios deste sistema. Siga-os na íntegra, senão nada feito. Assim como aconteceu com Jesus, você corre o risco de ser alvo de conspirações que, na maioria das vezes, começam te classificando como rebelde.

A plena observância aos preceitos do Reino de Deus não é apenas a espinha dorsal, mas o fundamento do Cristianismo. O apóstolo Paulo diz que o Templo que está sendo edificado para habitação de Deus no Espírito tem como alicerce a doutrina dos apóstolos e dos profetas, que tem como base o Evangelho (legado) de Jesus, a Pedra Angular (Efésios 2:20-22). Contudo, como vemos na narrativa de Marcos, estes princípios sempre estarão em rota de colisão com a religião. E também com todo e qualquer sistema eclesiástico nela pautado.

A devoção ao sábado quase impediu Jesus de curar a mão daquele homem. Mão fala de ação. Quantas pessoas estão impedidas de realizar a obra de Deus em detrimento do jugo de certos sistemas vigentes em nossas “sinagogas”? Mas Jesus, através de Seu Espírito Santo e de Seus profetas, ordena aos de mãos ressequidas: “venham para o meio!”. Ele quer, a todo custo, curá-los. A cruz é o sinal desta verdade. Mas antes precisa libertá-los de todo e qualquer sistema opressor. Por isso declarou: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (Evangelho segundo João 8:36).

Ouça o chamado e o atenda! A restauração lhe aguarda.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sentidos consagrados


Purificar nossos lábios como Isaías e nossos olhos e mentes como Paulo. Olhar somente o que Deus quer que olhemos (Evangelho segundo Mateus 6:22). Pensar segundo o que Ele deseja que pensemos (I Coríntios 2:16). Falar somente o que Ele nos manda falar, sem pôr nem tirar.

Matheus Viana

Ao mesmo tempo em que os lábios do profeta Isaías eram impuros, sua boca era o instrumento para a manifestação da Palavra divina. Por isso é muito mais do que simbólica a purificação que experimentou (Isaías 6:6-7).

Apesar de usar, por vezes, a boca, o principal instrumento usado pelo apóstolo Paulo para a manifestação da vontade de Deus – ainda que o combustível fosse o Espírito Santo – era sua mente privilegiada. Ainda que seu corpo estivesse surrado por açoites e encarcerado, ela foi propícia para que o Evangelho alcançasse os cristãos através de suas epístolas. Até hoje desfrutamos de tamanho benefício.

Não é a toa que Paulo nos adverte sobre a transformação pela renovação da mente (Romanos 12:2). Antes, portanto, precisou ser acometido por uma cegueira plena. Ela foi determinante para que seu intelecto fosse, mais do que renovado, transformado. Uma coisa não aconteceria sem a outra. É por isso que Jesus preconiza: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!”. (Evangelho segundo Mateus 6:22-23).

Conforme relatei no texto Cegueira necessária: “Eis a má notícia: nossos olhos são maus. O apóstolo Paulo elucida que o pecado atingiu toda a humanidade por intermédio de uma pessoa (Romanos 5:12). Como? Isso mesmo: pelos olhos. 'Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu ao marido e ele comeu'. (Gênesis 3:6). O apóstolo Tiago, em sua carta à igreja de Jerusalém, descreve o ciclo do pecado: '... cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e o seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado”. (Tiago 1:15).'”. A cegueira que acometeu Paulo é a demonstração da necessidade de que a cobiça e toda sorte de sordidez e limitações instaladas em nossa visão devem ser extintas.

O cérebro comanda as ações do corpo. O neurocirurgião brasileiro, Miguel Nicolelis, realizou recentemente um estudo onde um sagui foi capaz de mover um braço mecânico sem que ele estivesse ligado ao seu corpo, através apenas das ondas cerebrais. Procedimento que integra o projeto de Nicolelis de construir uma roupagem que permite vítimas do Mal de Parkinson se movimentarem através de ondas cerebrais. Fantástico! Como diz o escritor norueguês Jostein Gardner: “Se nosso cérebro fosse tão simples a ponto de entendê-lo, seríamos tão tolos que continuaríamos sem entendê-lo”. Não deixe de ler o texto Perscrutando o imperscrutável.

Salomão foi o homem que nos deixou como herança muitos provérbios. Entretanto, sua admirável sabedoria foi fruto de uma experiência. Antes de assumir o trono, reconheceu sua total incapacidade, insuficiência intelectual e a miséria espiritual em que se encontrava - pois fora gerado por Bate-Seba, a mulher com que o rei Davi, seu pai, cometera adultério – e pediu sabedoria. Recebeu de pronto. Seu intelecto, naquele instante, foi consagrado.

Todavia, a partir do momento em que seus olhos começam a ser consumidos pela cobiça, seu coração passa a ser escravizado pela vaidade. Como consequência, seu intelecto foi contaminado. Por isso, começa a usar sua esplêndida sabedoria de forma equivocada. Passou a exercer o sórdido ofício de satisfazer somente o seu prazer.

Somos acometidos por este vírus. O hedonismo e o consequente pecado têm nos atingido em cheio. Fazemos a obra de Deus no intento de que nosso vil anseio de aceitação e louvor diante dos homens seja saciado. Submetemos nossos olhos, coração e mente a serviço dos desejos. Epidemia que compromete o desenvolvimento da Igreja Gloriosa (Efésios 5:27) que atenderá a ardente expectativa da humanidade (Romanos 8:19).

Precisamos consagrar nossos sentidos. Purificar nossos lábios como Isaías e nossos olhos e mentes como Paulo. Olhar somente o que Deus quer que olhemos (Evangelho segundo Mateus 6:22). Pensar segundo o que Ele deseja que pensemos (I Coríntios 2:16). Falar somente o que Ele nos manda falar, sem pôr nem tirar.

Cegueira necessária


A visão capaz de mudar nossa vida por completo, de modo a gerar a restauração da sociedade a qual pertencemos, é quando as escamas da sabedoria meramente humana – perniciosa e egoísta - são extraídas de nossos olhos

Matheus Viana

A fé é cega! E não adianta fazer esta face de espanto, tampouco este ar de indagação negativa. Veja o que diz o escritor da carta aos hebreus: “Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção dos fatos que não se vêem”. (Hebreus 11:1).

É isso aí! Precisamos nos tornar cegos! Pois só iremos adquirir a visão de Deus quando a nossa for por ela sucumbida. A nossa visão humana limita, sobremaneira, a fé e, consequentemente, impede a plena concretização da soberana vontade divina.

Não é a toa que Jesus, em seu sermão da montanha, preconiza: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o seu corpo será luminoso. Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que há em ti sejam trevas, que grande trevas serão”. (Evangelho segundo Mateus 6:22-23).

Eis a má notícia: nossos olhos são maus. O apóstolo Paulo elucida que o pecado atingiu toda a humanidade por intermédio de uma pessoa (Romanos 5:12). Como? Isso mesmo: pelos olhos. “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu ao marido e ele comeu”. (Gênesis 3:6).

O apóstolo Tiago, em sua carta à igreja de Jerusalém, descreve o ciclo do pecado: “... cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e o seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado”. (Tiago 1:15). Se permitirmos ser domados por aquilo que vemos não apenas o pecado virá à tona, mas a nossa fé será sucumbida e não provaremos o milagre. A experiência de Pedro é a prova desta verdade: “E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo e submergiu”. (Evangelho segundo Mateus 14:29).

Enquanto não ficarmos cegos em relação aos fatores limitadores que nos enredam, seremos por eles submergidos. A afirmação a seguir pode parecer heresia, mas acredite, não é: nossa cegueira glorifica a Deus. Veja o interessante episódio narrado no nono capítulo do Evangelho segundo João: “Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais, mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus”. (Versículos 1 a 3). Crer em algo visível e possível é mera constatação natural. A fé, no entanto, é sobrenatural. Por isso ela é a senha para íntima comunhão com Deus.

O apóstolo Paulo é, sem dúvida, um dos ícones do cristianismo. Para que fosse devidamente preparado a realizar o nobre comissionamento que lhe foi atribuído (Romanos 1:1), precisou ficar cego. A causa da cegueira? Um encontro com Jesus. É impossível ter um real encontro com Jesus e não ficar cego. Em outras palavras, continuar enxergando de acordo com nossa limitada e maculada visão humana. Paulo teve sua visão restaurada, o que é completamente diferente de ‘recuperada’. Recuperação não requer mudanças, mas restauração implica em progresso. Conforme elucida C.S Lewis, “progresso é mudança para melhor”.

A cosmovisão de Paulo precisou ser restaurada, pois via o mundo a sua volta repleto de rebeldes traidores – os cristãos – e por isso os perseguia em caráter de morte. Sua autovisão precisou ser restaurada, pois se via como um religioso obstinado, repleto de ufanismo e justiça própria. E, por fim, sua visão em relação a Jesus precisou ser restaurada. Paulo o via como um insurgente que aglutinou seguidores e que nutria a insanidade de se proclamar filho de Deus.

Mas a cegueira que lhe acometeu gerou uma súbita metamorfose nestes três níveis. Tornou-se um dos maiores cristãos de todos os tempos (I Coríntios 11:1), dizia que a força de Deus em sua vida se manifestava na medida em que reconhecia sua fraqueza (II Coríntios 12:9, I Coríntios 2:4-5) e proclamava: “Não sou mais eu quem vivo, mas Cristo vive em mim”. (Gálatas 2:20). Que mudanças radicais! Elas foram o pavimento para o êxito que logrou durante toda sua vida (Filipenses 3:14, II Timóteo 4:6). Seu legado pode ser semelhante. Basta ficar cego pela fé.

Apesar de não ser cego, me apego a estas verdades. Contudo, as aplico em meu contexto, à minha deficiência. Não apenas vivo um milagre, eu sou um milagre! Sei que você deu risada, mas deixe, por um momento, seu sarcasmo de lado. Pense comigo, como podemos classificar uma pessoa que vive – ou melhor, sobrevive – sem nenhuma sequela, sem tubo de oxigênio ou qualquer outro artifício auxiliar de respiração, com míseros 17% de oxigênio permeando seus frágeis pulmões?

Pois é! É justamente aqui que a fé cumpre o seu papel. Deixo de enxergar a grave e contundente limitação que me acomete e passo a focar minha visão no fôlego ‘sobrenatural’ que habita em mim. É viver ou morrer, literalmente.

Quando falo de "ficar cego" não me refiro ao obscurantismo atacado pelos iluministas do século XVIII e, atualmente, pela intelectualidade revolucionária. Mas sim à renovação de mente que o apóstolo Paulo adverte (Romanos 12:2). Pois a visão capaz de mudar nossa vida por completo, de modo a gerar a restauração da sociedade a qual pertencemos, é quando as escamas da sabedoria meramente humana – perniciosa e egoísta - são tiradas de nossos olhos. Com isso, adquirimos um conhecimento sobremodo elevado (I Coríntios 13:1). 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A soberania da vida


Matheus Viana

Entre uma notícia e outra...

Madrugada em claro em pleno quarto escuro. Acometido por uma dor que beirava o insuportável tomando minhas costas. Neste momento insólito, minha mente foi absorta em um turbilhão de pensamentos. A deformidade cujo processo de desenvolvimento não cessa, a absurda dificuldade em trabalhar, a incapacidade de exercer as funções de ‘homem da casa’, a condição precária de um corpo severamente frágil e desfigurado que gera uma vida repleta de limitações e muitas, muitas dores. O medo de meus sogros, demais familiares e pessoas próximas pensarem que eu, na verdade, não passo de um ‘vagabundo’ que usa a deformidade para fugir das responsabilidades...

A dor em meu corpo não o deixava repousar e o apuro de um intelecto aflito não proporcionou o descanso que tanto precisava. Neste momento, pensei no quanto já escrevi sobre o tema “vida abundante”. O sentimento de incoerência foi instantâneo. Como pude me atrever a escrever sobre algo ao qual não tenho a mínima experiência, autoridade e condição? Como posso falar sobre uma realidade completamente destoante, antagônica e paradoxal com a que vivo?

Minha qualidade de vida é quase zero! Em tudo o que faço tenho a companhia inseparável da dor. Da qual não posso reclamar na mesma intensidade em que ela castiga meu corpo. Pois corro o risco de ser interpretado como um hipocondríaco que quer chamar a atenção. Um vitimista que quer ser cortejado pela piedade e pela comiseração...

Por isso, prefiro dizer, mesmo fazendo algumas queixas que às vezes escapam “sem querer, querendo”, nas palavras do saudoso e inesquecível Chaves, que sinto pequenos desconfortos. Com meus pais, graças a Deus, posso desabafar toda minha inquietação. Eles me acompanham, desde o início, nesta árdua jornada e sabem o que enfrento. Com minha esposa, no entanto, confesso que extrapolo. “De zero a dez, quanto é a dor que você está sentindo?”, pergunta, com alta dose de preocupação. “185”, respondo, com verdadeiros “gemidos inexprimíveis”.

Contudo, meditando em tudo isso e olhando sob outra perspectiva, pude ver a verdade de que sei muito bem o que é viver esta tal de vida abundante. Clinicamente falando, era para eu estar morto. O veredicto de óbito já foi dado por vários médicos e por diversas vezes há alguns anos. A diminuição dos corpos vertebrais limitaria, simultaneamente, meus movimentos. A respiração excessivamente escassa – avaliada nos míseros 18% - por conta da curvatura óssea comprimir, consideravelmente, meus pulmões e também o diafragma. O encurtamento na espessura do líquido medular que pode comprometer meus movimentos e causar sérias lesões. E, não podemos nos esquecer do coração, cujo batimento foi alterado em virtude da cifose que também acomete meu tórax.

Em contrapartida, comecei a me lembrar do verdadeiro milagre ao qual sou protagonista. A forma como pude trabalhar por todos esses anos e, com a graça de Deus, juntar recursos – modestos, é verdade – para poder constituir um casamento sólido e feliz, apesar das dificuldades. Às vezes me pego no meio da noite contemplando minha linda esposa dormindo ao meu lado, andando pelo pequeno apartamento onde moro e observando os móveis que o compõe. Tudo isso é vitória! Quem diria? Um ser moribundo – pelo menos para os médicos – viver em um nível assim. Normal para qualquer ser humano. Mas sobrenatural para mim. Ou seja, a vida abundante divina repousa, de fato e de forma soberana, sobre a minha vida. Prova disto é o fato de que, mesmo convivendo com todas essas adversidades, estou vivo. E isso basta!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Respeitando fatores


Preguemos o Evangelho em caráter de urgência, mas respeitando os fatores salientados pelas Sagradas Escrituras. Tempo e livre arbítrio são dois deles

Matheus Viana

O sábio Salomão ensina: “Tudo tem seu tempo determinado. Há tempo para todo propósito debaixo dos céus”. (Eclesiastes 3:1). Apesar de óbvio, este conceito tem sido, além de banalizado, mitigado da sociedade pós-moderna.

Não é de hoje que vivemos os desdobramentos da geração fast food. A dinâmica da vida tem determinado resultados urgentes. Em nosso cotidiano cada vez mais turbulento, respeitar o fator tempo é visto como algo pejorativo. Caso não geramos os frutos que nosso contexto exige no tempo devido, corremos um grande risco de sermos preteridos.

Este padrão tresloucado tem ditado o ritmo da Igreja atual. Muitos baseiam-se nas palavras de Jesus: “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. (Evangelho segundo João 4:35).

Não precisa ser teólogo para saber que com tais palavras, Jesus estava transmitindo aos discípulos a mensagem de que em todo o tempo é oportuno para pregarmos o Evangelho do Reino a fim de que Ele seja estabelecido no coração dos ouvintes. Ou seja, a terra – o coração humano – está pronta para receber esta preciosa semente. Contudo, o “agora” relatado nas Escrituras não anula os diferentes “terrenos” elucidados pelo próprio Jesus na Parábola do Semeador (Evangelho segundo Mateus 13:1-22) nem tampouco o princípio do livre arbítrio estabelecido por Deus ao homem.

Baseado neste princípio, o apóstolo Paulo exorta: “pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina”. (II Timóteo 4:2). A urgência contida nas ordenanças de Jesus também não anula o fator tempo. Tanto que Ele sempre usou elucidações ligadas ao fruto da terra. Como sabemos, há um determinado tempo entre o semear e o colher. E isso, infelizmente, não tem sido respeitado na Igreja atual.

Há uma certa distância entre pregar o Evangelho e as pessoas se converterem. Jesus nos comissiona a sermos frutíferos como produto da disseminação do Evangelho do Reino dos Céus através de nós. Exigir a conversão de vidas gera um fardo que nem o próprio Jesus exige. Pelo contrário, Ele disse: “Porque o meu fardo é leve e meu jugo é suave”. (Evangelho segundo Mateus 11:30).

O apóstolo Paulo explicita o comissionamento que Jesus espera de nós, Seus discípulos: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! (I Corintios 9:16). Isso é um jugo? Uma condenação? Claro que não! É questão de consciência. A humanidade aguarda pela manifestação dos filhos de Deus (Romanos 8:19). Por isso, nossa parte é pregar o Evangelho do Reino de todas as formas possíveis e utilizando os dons e talentos que Deus, em Sua multiforme e sabedoria, nos concedeu visando um fim proveitoso (I Coríntios 12:7).

Fazer com que vidas se convertam, apesar de ser o nosso latente desejo, não cabe a nós. O próprio Cristo está à porta e bate (Apocalipse 3:20). Ou seja, Ele, que morreu na cruz por cada ser humano, respeita a decisão da pessoa de rejeitar Seu Evangelho. Por isso, Ele mesmo nos adverte: “Pois é o Espírito que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo”. (Evangelho segundo João 16:8). Não é a toa que quando um pecador se arrepende há festa nos céus!

Jesus, sábio e soberano como é, respeita, além da decisão, o fator tempo. Ele protagonizou episódios de conversões instantâneas, como a da mulher samaritana. Porém, aquele sobre quem profetizou que a Igreja seria estabelecida, Pedro (Evangelho segundo Mateus 16:18), se converteu após três anos andando próximo a Ele. Viu Seus milagres, testemunhou Seu poder, Sua sabedoria, recebeu a revelação de que Ele era o Cristo, filho do Deus vivo (Evangelho segundo Mateus 16:16)... Mas só se converteu após Jesus aparecer para ele, depois de ressuscitado, no mar de Tiberíades. É! A semente do próprio Jesus levou um tempo considerável para gerar um fruto excelente, não é verdade?

É óbvio que a nossa pregação deve ser fomentada pelo nosso desejo de que vidas se convertam. Mas isso, repito, não depende de nós. Nossa parte é pregar o Evangelho com intrepidez (Efésios 6:19) e em demonstração de espírito e poder (I Coríntios 2:5). Exigir algo além disto, como por exemplo, não apenas que vidas se convertam, mas estipular tempo para que isso aconteça, não é concernente ao Cristianismo proposto por Jesus.

Preguemos o Evangelho em caráter de urgência, mas respeitando os fatores salientados pelas Sagradas Escrituras. Tempo e livre arbítrio são dois deles.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O efeito gangorra


Matheus Viana

Quando estamos em uma gangorra, obviamente com uma pessoa do outro lado, nosso esforço consiste em nos abaixarmos para que ela seja erguida. Quanto mais nos abaixamos, mais alto ela será levantada. A recíproca também é verdadeira.

João, o Batista, evidenciou este efeito em sua vida, e consequentemente em seu ministério, quando declarou: “É necessário que ele cresça e que eu diminua.” (Evangelho segundo João 3:30). Ele quem? Veja pelas palavras do próprio João Batista: “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: 'Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo'". (Evangelho segundo João 1:29).

Somos chamados a viver o efeito gangorra. Jesus profetizou que todas as coisas serão restauradas pelo ministério, chamado por ele de ‘Elias’ (Evangelho segundo Mateus 17:11), confiado aos Seus seguidores do presente, mas baseado no de João Batista (Evangelho segundo Mateus 17:12).

O apóstolo Paulo preconiza: “Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória.” (Colossenses 1:27). Cristo em nós é a esperança da glória. Uma parceria infalível. Mas, para o pleno êxito, cada um deve funcionar no seu devido lugar. Ou seja, para que esta esperança atenda a ardente expectativa da humanidade (Romanos 8:19), precisamos nos abaixar o máximo que pudermos para que Cristo seja erguido. Caso contrário, nada feito.

Esse é o grande desafio. A parte que nos cabe é apenas uma: permanecer na parte de baixo da gangorra. Contudo, manter Cristo erguido é algo extremamente difícil. O coração humano tem necessidade de estar no alto. Não é a toa que Jeremias o chama de enganoso e desesperadamente corrupto (Jeremias 17:9). Enganoso por nos transmitir a sensação de que o sentido de nossa vida está em permanecermos na parte alta da gangorra. Temos visto, desde a queda no Éden, as catástrofes oriundas do homem cobiçar e ocupar este lugar. E corrupto porque ele fará de tudo para permanecer no alto.

Fico perplexo ao notar o quanto o triunfalismo tem usado, ilicitamente, a roupagem do Evangelho e permeado o coração dos cristãos. Um pseudoevangelho que não profere o quebrantamento e a humildade, mas apenas a “vitória em Cristo” de que seremos cabeça e nunca cauda. Na contramão, Jesus declara: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. (Evangelho segundo Mateus 11:29). A vitória de Jesus foi pavimentada por estes dois atributos. (Filipenses 2:6-9). Prometo que, em breve, meditaremos neles. No presente momento, estou em processo de experiência e aprendizagem, por isso não estou gabaritado para tal empreitada. Confesso que o desejo de permanecer no alto da gangorra ainda reside em mim.

É interessante quando analisamos, de forma mais acurada, parte da oração que Jesus ensinou aos Seus discípulos: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o seu nome, venha a nós o Seu Reino, seja feita a sua vontade, assim na terra como nos céus”. (Evangelho segundo Mateus 6:10). Como já afirmei anteriormente, por várias vezes, esta oração nada mais é do que a verbalização do clamor divino. A exemplo da escrita hebraica, comecemos a análise de modo inverso.

O propósito de Deus consiste em que Sua vontade seja feita na terra assim como nos céus. Isso desde o Éden. Mas algo, no início, comprometeu todo o plano: ela mesma... a vontade humana contrária à divina. A medida restauradora foi a Cruz de Cristo (Apocalipse 13:8). Pois a vontade divina só será, de fato, exercida na terra – como é nos céus -  na medida em que nos submetermos à ela (Evangelho segundo Mateus 16:24).

É nisto que consiste o Reino dos céus: a vontade de Deus sendo estabelecida sobre toda a terra. Não será manifesto como um regime tirano e totalitário. Mas mediante a renovação da nossa mente a fim de que conheçamos e vivamos Sua “boa, perfeita e agradável vontade” (Romanos 12:2). É questão de sã consciência pura e simples.

Mas veja o restante da oração. Jesus declara: “santificado seja o seu nome”. Lembra dos serafins da visão de Isaías (Isaías 6:1-8) e dos quatro seres viventes da visão de João, na ilha de Patmos (Apocalipse 4:4-8)? Seres celestiais que proclamavam “Santo, santo, santo”. Ou seja, santificavam o nome do Senhor ininterruptamente. Onde? Ao redor do Trono. Por isso diziam: “Santo, santo, santo é o Senhor”.

A verdadeira santificação de Deus consiste em Sua entronização. O exercício da santidade divina em nós é consequência do fato dEle ocupar o Trono chamado ‘ego’. O problema é que o cobiçamos e fazemos de tudo para assumirmos o controle. Queremos permanecer na parte alta da gangorra. Conforme Jesus orou, o Pai que está nos céus só virá a nós quando construirmos um Trono para Ele a fim de que Seu nome seja santificado. Em outras palavras, nos esforçarmos o máximo que pudermos para que permaneçamos na parte de baixo. Jesus disse certa vez: “O Reino de Deus é tomado por esforço”. (Evangelho segundo Mateus 11:12). Este é o esforço que atrairá o Reino dos céus em nossas vidas a fim de que Ele encha toda a terra.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Em espírito e em verdade


A devoção espiritual deve culminar em manifestações na esfera natural. Em outras palavras, a devoção que Jesus ensinou àquela mulher consiste em transformação em todos os âmbitos da vida de nosso próximo.

Matheus Viana

No conhecido episódio em que Jesus dialoga com uma mulher samaritana, vemos que Ele abordou alguns aspectos que culminaram em sua transformação nos âmbitos espiritual, moral e social.

É evidente o fato de que o primeiro elemento que Jesus elucidou foi a sede natural: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva”. (Evangelho segundo João 4:10). A sede que a levou a buscar água no poço de Jacó é a suma demonstração da sede que acomete a humanidade (Romanos 8:19). Jesus foi conciso quando declarou em seu sermão da montanha: “Bem aventurados aqueles que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados”. (Evangelho segundo Mateus 5:6).

Estamos enredados em um contexto onde a corrupção, em todas as esferas, tornou-se rotineira. No entanto, há muitos que, sedentos por justiça, têm buscado saciar esta sede por meio de mobilizações, como a recente ‘Marcha contra a corrupção’, entre outras ações e aglutinações populares. Contudo, isso não basta. A humanidade terá sua sede saciada à medida que nos dirigirmos à fonte correta de modo a tornarmos uma fonte que jorra da água viva citada por Jesus: “... a água que eu lhe der se tornará uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”. (Evangelho segundo João 4:14). Baseado nisto, profetiza algum tempo depois: “Aquele que crer em mim, como diz as Escrituras, de seu interior fluirão rios de água viva.” (Evangelho segundo João 7:38).

A adoração que Jesus ensinou consiste em dois elementos: espírito – a essência de Deus; e verdade – a restauração da humanidade. Ou seja, a devoção espiritual deve culminar em manifestações na esfera natural. Em outras palavras, a devoção que Jesus ensinou consiste em transformação em todos os âmbitos da vida de nosso próximo. Não é a toa que o apóstolo Tiago afirma: “... a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, é morta”. (Tiago 2:18).

Todo o discurso proferido por Jesus àquela mulher resultou na restauração de sua dignidade. “Ele lhe disse: “Vá, chame o seu marido e volte”. “Não tenho marido”, respondeu ela. Disse-lhe Jesus: “Você falou corretamente, dizendo que não tem marido. O fato é que você já teve cinco, e o homem com quem agora vive não é seu marido. O que você acabou de dizer é verdade”. (Evangelho segundo João 4:16-18).

Algo que tem sido esquecido é que, em muitos casos, o primeiro passo rumo à restauração é a destruição. O apóstolo João preconiza: “Para isso se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do maligno”. (I João 3:8). Conforme elucida o apóstolo Paulo: “Por um homem entrou o pecado, pelo pecado a morte, e a morte passou a todos os homens”. (Romanos 5:12). Por isso, em sua carta aos colossenses adverte: “fazei morrer a vossa natureza terrena”. (Colossenses 3:5). Não há outra opção. Segundo o salmo de Davi, fomos formados em iniquidade e em pecado concebidos (Salmo 51:5).

Muitos têm sido levantados por Deus para denunciar as más condutas da sociedade em seus diversos nichos. Nós de Profecia fazemos parte deste contingente. O intento não é acusar. Mas discernir para que tais obras sejam destruídas e a profecia de Jesus de que todas as coisas serão restauradas (Evangelho segundo Mateus 17:11) seja cumprida. Contudo, são constantemente acusados de não exercer o amor incondicional de Jesus. Mote baseado num pseudoevangelho subversivo e completamente destoante do Evangelho que Jesus deixou como legado.

Basta vermos como Ele lidou com a samaritana. Apesar de aceitá-la, independente de suas condições, atingiu o ponto nevrálgico de sua conduta equivocada: “Ele lhe disse: “Vá, chame o seu marido”. (Evangelho segundo João 4:16). Qual tem sido o resultado de nossa adoração? Mediante a retórica de Jesus, não importa o lugar e o modo como adoramos, mas deve ser em “espírito e em verdade”. Pois são estes que o Pai procura (Evangelho segundo João 4:23-24) e a humanidade anseia (Romanos 8:20-21).

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Quem são os obscurantistas?


O comportamento da humanidade é baseado no hedonismo que condiciona seu intelecto. Valores morais e sociais vêm sofrendo um círculo vicioso que consiste em três pilares: degradação, normalização e ação.

Matheus Viana

A psicologia preconiza, através de suas múltiplas teorias, que o comportamento humano é determinado pela sua forma de pensar. Um exemplo é a esquizofrenia. O comportamento de um esquizofrênico é determinado por aquilo que seu cérebro interpreta como realidade, mesmo que seja pura alucinação. 

O comportamento da humanidade tem sido, e não é de hoje, baseado no hedonismo que condiciona seu intelecto. Valores morais e sociais são enredados por um círculo vicioso que consiste em três pilares: degradação, normalização e ação. A sanidade no tocante ao uso de drogas, por exemplo, tem sido preterida em virtude da filosofia do “prazer a qualquer custo”. O que antes era alvo de combate, agora é objetivo a ser alcançado.

O uso de substâncias tóxicas, legalizadas ou não, deixou de ser considerado patológico e se transformou em algo normal e lícito ao ser humano. Consequentemente, a fomentação vem a roldão. A maconha, por exemplo, já foi alvo de um sério e concentrado combate. Atualmente, no entanto, vemos uma crescente mobilização que apregoa seu uso como algo “socialmente normal e aceitável”, o que corrobora em ‘marchas da maconha’ que fomentam seu uso.

A sexualidade precoce também está enredada por este círculo. Sexo era algo que não permeava o pensamento de crianças de 10 a 12 anos de idade. Com o passar dos anos, através da educação sexual, sua disseminação invadiu as salas de aula e alcançou seus tenros intelectos. Com ajuda massiva da mídia, o ingresso do público infanto-juvenil à expedição do sexo foi abrupto. Contudo, o que antes era algo nocivo e preocupante hoje é considerado normal. Não é a toa que o Ministério da Educação (MEC) investe pesado em materiais didáticos com explícito conteúdo pornográfico. Os pais que impedem seus filhos de até 12 anos de terem contato com este tipo de “educação” são considerados retrógrados e obscurantistas.

O Boletim Epidemiológico emitido pela ONU em 2010 elucidou a triste realidade que esta realidade desencadeia no Brasil: “O total de casos de aids em jovens de 13 a 19 anos, de 1980 até junho de 2010, corresponde a 12.693. No ano de 2009, a região com a maior taxa de incidência foi a Sul (4,2 casos a cada 100 mil habitantes), seguida da Norte (3,1), Sudeste (2,7), Centro-Oeste (2,6) e Nordeste (1,9)”.

A distribuição de preservativos para alunos de 10 a 18 anos já é realidade. Não adianta chorar o leite derramado. A pedagogia moderna considera a experiência sexual como parte do currículo educacional. Objetivo alcançado, o alvo do momento é colocar a experiência homossexual na berlinda. A tentativa de distribuir o polêmico "kit anti-homofobia", chamado por alguns de “kit gay”, para alunos da rede pública de ensino a partir dos 14 anos – período em que a puberdade aflora a sexualidade do indivíduo - foi apenas um presságio. Tal mobilização não vai parar por aí...

O apóstolo Paulo elucidou sobre este tenebroso advento há milênios: “Porque o deus deste século cegou o entendimento das pessoas...”. (II Coríntios 4:4). A devoção extrema ao hedonismo não permite que o indivíduo veja seus efeitos colaterais. Ônus que acomete, por tabela, a sociedade como um todo. Os efeitos da droga não atingem somente o usuário, mas também familiares e amigos. Mesma coisa acontece com adolescentes que engravidam ou são contaminadas pela aids. Sabemos muito bem que não se trata de sensacionalismo barato, mas de traços mórbidos da realidade nua e crua.

O salmista adverte: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”. (Salmos 119:105). Sim, Esdras se refere às Sagradas Escrituras. Não, não se trata de um conjunto de dogmas ou doutrinas religiosas, embora muitos a usem desta forma. Mas do Evangelho que proporciona ao indivíduo o que Paulo certa vez elucidou: “Transformai-vos pela renovação de vossa mente para que experimenteis a boa, perfeita e agradável vontade de Deus”. (Romanos 12:2).

No entanto, o “deus deste século” cega o entendimento das pessoas com um propósito definido: “para não lhes resplandecer a luz do evangelho”. Ou seja, a luz que Esdras descreve.

Os princípios e conceitos bíblicos têm sido, há séculos, considerados obscurantistas, fundamentalistas, moralistas e intolerantes. Contudo, julgando serem os detentores da luz da sabedoria, seus opositores estão enredados pelas trevas que os fazem enxergar apenas o que alimenta suas necessidades mais vis. Não importam com o fato de uma criança ser influenciada pela “educação sexual” e, num futuro breve, ter sua vida marcada por uma gravidez precoce ou se tornar vítima de uma DST. Tampouco com o cárcere da dependência química que aprisiona usuários e seus pais. Mas apenas com a proliferação da vigente filosofia do carpe diem, claro, com todos seus desdobramentos.

Mediante tudo isto, reflitamos: quem são, de fato, os obscurantistas?