segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O ser determina o fazer - Parte II


Quem diz não ter propósitos é porque não os conhece. E quem não os conhece é porque não conhece a si mesmo. E quem não conhece a si mesmo é porque não conhece a Jesus. Pois a nossa essência – a ser restaurada – é sermos e vivermos conforme a Sua imagem.

Matheus Viana

Sim, o pecado surgiu e deturpou a personalidade humana outorgada por Deus (Romanos 5:12). De santos passamos a ser pecadores. De imortais para mortais. O que frustrou, momentaneamente, o plano de Deus. Mas Ele nunca perde. Por isso o segundo Adão (I Coríntios 15:45), o cordeiro morto antes da fundação do mundo (Apocalipse 13:8), veio para restaurar, a fim de levar a cabo Sua soberana vontade através de nós, a essência divina por meio de algo chamado ‘Evangelho’.

O Evangelho de Cristo. Sim. Evangelho significa ‘boas novas’. Mas que ‘boas novas’ são essas? Muito mais do que meras notícias, é a prática da vida abundante que Jesus veio nos oferecer (Evangelho Segundo João 10:10).

É por isso que o apóstolo Paulo preconiza: “Aquele que está em Cristo nova criatura é. As coisas velhas passaram e eis que tudo se fez novo”. (II Coríntios 5:17). Esta novidade de vida, no entanto, não é um fato súbito e instantâneo. E sim um longo processo.

Para o entendermos melhor, vejamos o que Paulo ensina na mesma carta aos coríntios: “Mas todos nós, com o rosto desvendado, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” (II Corintios 3:18).

Não precisa ser teólogo nem perito em hermenêutica bíblica para saber que a expressão “rosto desvendado” é uma simbologia da obra realizada por Jesus quando expirou na cruz do Calvário. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras.” (Evangelho segundo Mateus 27:51). Ou seja, temos acesso à Sua presença conforme elucida o escritor da carta aos hebreus.

Esse é o início da novidade de vida. É a parte de Deus no processo. A nossa, todavia, é contemplarmos Sua Glória a fim de sermos por ela transformados. Segundo o relato de João, Jesus é a plena verbalização da Glória de Deus (Evangelho segundo João 1:14). Por isso, conforme o próprio Jesus nos adverte, contemplamos Sua Glória – Ele mesmo – quando examinamos – sendo ouvintes e praticantes (Tiago 1:22) - as Escrituras (Evangelho segundo João 5:39).

Mas antes de trilharmos esta fascinante e árdua jornada, devemos nos lembrar de sua essência. Lembre-se, temos o “rosto desvendado”, condição para vivermos esta novidade de vida, por causa da cruz de Cristo. O que define o caráter deste Evangelho. Como o próprio Jesus denominou: o Evangelho do Reino.

Um Reino é representado por um Rei. E este Rei tem como propósito estabelecer Seu Reino (Evangelho segundo Mateus 6:10). Mas, para que isso aconteça, conta com seus súditos. Estes súditos possuem um caráter. O apóstolo Paulo relata: “Aos que de antemão escolheu, também os predestinou para que sejam conforme a imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. (Romanos 8:19). Mais do que meros súditos, somos, conforme afirma o apóstolo Pedro, “sacerdócio real”. (I Pedro 2:9).

O apóstolo Paulo ensina que fomos predestinados com um padrão: sermos e vivermos conforme a imagem de Jesus Cristo. Nada mais, nada menos. E isso carrega em si um propósito. Por isso, se você não tem feito nada em prol deste Reino é porque acredita não possuir um propósito. Quem diz não ter propósitos é porque não os conhece. E quem não os conhece é porque não conhece a si mesmo. E quem não conhece a si mesmo é porque não conhece a Jesus. Pois fomos formados à imagem e semelhança dEle. E a premissa para estabelecermos este Reino sobre a terra é nos submetermos ao Evangelho de Cristo a fim de sermos restaurados à Sua imagem (Efésios 4:13). Mas só conseguiremos quando tivermos a consciência de quem verdadeiramente somos.

Não é em vão que o apóstolo Paulo nos orienta: “Transformai-vos pela renovação da vossa mente (quem, de fato, somos) para que experimenteis a boa, perfeita e agradável vontade de Deus”. (Romanos 12:2).

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