Um homem estava realizando algo nobre e maravilhoso. Mas não era um dos doze. Portanto, na opinião dos doze discípulos, não estava gabaritado para tal obra. Por isso tentaram impedi-lo. Quanto engano! Mas a ordem de Jesus foi direta e completamente na contramão: “Não o impeçam”.
Matheus Viana
Você por acaso teve a experiência de ler um texto bíblico que já tenha lido por várias vezes e ele te impactar de uma forma inédita? Eu já. Coisa estranha! Mas tremenda.
O caso mais recente foi com o texto registrado no Evangelho segundo Marcos 9:38-39: “”Mestre”, disse João, “vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos”. “Não o impeçam!”, disse Jesus”.
Fantástico! Mas ao mesmo tempo, devemos confessar, polêmico. Não consegui conter o ímpeto de alegria que senti ao me deparar com estas palavras de Jesus. Ele realmente é incrível. Foi impossível também não traçar um paralelo entre o contexto vivido pelos seus discípulos com o atual.
Há muitos na Igreja do Senhor, munidos de boas intenções, que procuram impedir pessoas que têm feito a obra de Deus de forma diferente e também por não pertencerem à visão doutrinária ou estratégica ao qual são devotos. Observe atentamente a queixa dos discípulos: viram um homem expulsando demônios de uma pessoa no nome de Jesus.
Não é maravilhoso vermos pessoas libertas de toda e qualquer opressão maligna pelo poder da Palavra de Deus? Claro que sim! Mas esta satisfação não foi párea para a importância que os discípulos deram ao cargo de ser um dos doze de Jesus. Sim, este homem estava realizando algo nobre e maravilhoso. Mas não era um dos doze. Portanto, na opinião dos doze discípulos, não estava gabaritado para tal obra. Por isso tentaram impedi-lo. Quanto engano!
Mas a ordem de Jesus foi direta e completamente na contramão: “Não o impeçam”. Escrevo este texto exultante. Não há sabedoria como a de Jesus. Sim, Jesus escolheu doze homens para andar perto dele. Mas também escolheu setenta para andar de dois em dois, e três - Pedro, Tiago e João - para um discipulado ainda mais pessoal em situações específicas como a transfiguração e a vigília no Getsêmani antes da crucificação. Modelos doutrinários baseados nos doze, nos setenta, nos três, entre tantos outros existentes em todo o mundo possuem suas parcelas de importância. Mas não são, de forma alguma, autorizações soberanas, como infelizmente apregoam alguns, para realizar a maravilhosa - repito este adjetivo quantas vezes forem necessárias - obra de libertar pessoas da opressão maligna.
Ao lermos a expressão “expulsando demônios”, não podemos cometer o erro de relacioná-la apenas ao exorcismo. Libertação, ao contrário do que muitos acreditam, não consiste somente em libertar uma pessoa possessa por espíritos malignos. O apóstolo Paulo preconiza: “Porque o deus deste século cegou o entendimento das pessoas para não lhes resplandecer a luz do evangelho”. (II Coríntios 4:4). Há muitos presos nas densas trevas do humanismo, do materialismo, do consumismo – acredite, também em meio à Igreja do Senhor – que os impedem de receberem e viverem o Evangelho pleno. E a única luz capaz de dissipá-las, a fim de trazer libertação, é a Palavra de Deus (Salmos 119:105).
É o que através da revista Profecia, do livro ‘A parábola de um deficiente’ e dos escritos contidos no meu blog tenho feito. Não, não faço parte de nenhum grupo de doze (apesar de ser membro de uma congregação que adotou este modelo), de setenta, de três ou de qualquer outro. Não critico, de forma alguma, quem seja adepto de algum. Pois são bastante válidos desde que o intento seja ver o conhecimento de Deus enchendo a Terra como as águas cobram o mar (Isaías 11:9).
Mas tal fato não os autoriza a impedir quem não esteja inserido em qualquer um deles de trazer libertação aos oprimidos. Tenho recebido, por e-mail ou ao vivo, relatos de pessoas que foram tocadas pelo poder de Deus e provaram da liberdade que somente Ele pode oferecer em algumas áreas de suas vidas através dos meus escritos. É claro que eles são meros instrumentos. Mas levam o fator fundamental: o poderoso nome de Jesus, claro, acompanhado de um testemunho (conduta) concernente. E isto basta!
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