Jesus, tu és o meu fôlego de vida! Este é o clamor do meu coração evidente em uma respiração ofegante e seriamente restrita. A escassez do oxigênio em virtude da absurda deformação óssea em meu tórax causa uma incômoda dor no peito e desconforto nos pulmões. O que não me deixa dormir, apesar do sono que gera em meu corpo um desejo quase incontrolável de repousar. Mais do que isso: uma necessidade adiada por uma respiração fragmentada e desarmoniosa.
Por isso estou aqui, às 2:20 da madrugada do dia 12 de Junho de 2009, sentado em meu aconchegante sofá deixando fluir toda a tempestade de ideias que emana de uma mente aflita. Meu deplorável estado foi a tentativa de sair de uma densa escuridão que preenchia todo o ambiente do quarto, como também de minha limitada esperança. No entanto, bem em frente ao sofá há uma televisão de tela negra. Olho para ela e fico divagando sobre a turbulência instalada em minhas emoções. A mesma escuridão que inundava meu ser enquanto permanecia deitado em meu leito, inerte em meu drama. Desdobramento de um corpo bastante deformado que culmina em uma respiração precária....
Me lembrei da afirmação de Davi em um de seus salmos: “Lâmpada para os meus pés e luz para os meus caminhos é a Sua Palavra”. (Salmos 119:105). Fui convencido do fato de que a única luz capaz de dissipar as trevas do medo, da desesperança e da aflição é a fé proveniente da Palavra de Deus. Das verdades registradas em Suas Sagradas Escrituras que, muito mais do que meros escritos religiosos, doutrinários ou históricos, são a plenitude do legado do próprio Deus que se fez homem (Evangelho segundo João 5:39) e venceu todas as coisas (Filipenses 2:6-9) a fim de que tivéssemos vida em abundância (Evangelho segundo João 10:10).
A principal verdade a qual me apeguei neste conturbado momento de aflição é a que Ele é o nosso fôlego de vida (Gênesis 2:7). O oxigênio que percorre pelas nossas vias respiratórias é apenas uma das muitas e vitais dádivas que Deus nos concedeu. Sua própria essência estabelecida a nós. No entanto, esta nos foi retirada em detrimento do insano distanciamento do homem de Sua presença e de Seu senhorio em virtude do pecado. A ruptura de uma sublime aliança que nos reduziu ao limiar de uma subvida onde vivemos única e exclusivamente pelos frutos de nossos esforços.
Por mais que o ser humano leve uma vida digna segundo seus conceitos, critérios e avaliações, tal dignidade não passa de mera sobrevivência quando comparada com a vida abundante oriunda do supremo fôlego divino. Ou seja, um indivíduo sem Deus está imerso em trevas. Repousando na “confortável” cama da passividade e respirando de maneira precária. Sofrendo em seu peito a dor de ver sua vida se deteriorando de forma paulatina e irreversível...
Pois é! Sou um deficiente físico. Meu corpo encontra-se em uma distância de anos-luz da normalidade. Talvez também seja esta sua situação, querido (a) leitor (a). Contudo, saiba que todos, sem exceção, nos encontramos em uma degradante condição de anormalidade espiritual. Ou seja, se compararmos a nossa “normalidade” presente com a que Deus estabeleceu ao homem quando o criou, veremos que o nosso padrão é completamente distante da excelente supremacia divina. No entanto, Jesus nos prometeu que nos daria de Sua paz (Evangelho segundo João 14:27). A paz soberana que difere completamente da que o mundo nos oferece. A única capaz de oferecer esperança em um contexto de desolação que, para nós, parece ser irreversível. Mas, acredite, não é.
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