sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Vem para o meio!


A devoção ao sábado quase impediu Jesus de curar um homem com a mão ressequida. Mão fala de ação. Quantas pessoas estão impedidas de realizar a obra de Deus em detrimento do jugo de certos sistemas vigentes em nossas “sinagogas”?

Matheus Viana

Certa vez Jesus entrou em uma sinagoga e encontrou algo inusitado: um homem com a mão ressequida (Evangelho segundo Marcos 3:1-6). Jesus estava, neste contexto, em plena atividade – e não ativismo – ministerial. Realizava várias curas. O Espírito Santo estava sobre Ele. Havia um enfermo a ser curado diante dEle. Em uma sinagoga. Local, razão e circunstâncias propícias para mais um milagre. Nem tanto. Havia um sério entrave: era sábado.

Naquele dia, Jesus encontrou um homem necessitado de cura. No entanto, alguns que frequentavam a sinagoga tinham olhos apenas para pegar Jesus ‘na curva’. Ou seja, ter algo para acusá-lo. A falta de sintonia era notória. A tradição religiosa não poderia ser quebrada, mesmo que culminasse na cura de um enfermo. “Quem é esse tal de Jesus para violar a lei?”, vociferava a religião.

Jesus reconhecia o valor inestimável de uma vida. Não é a toa que se rendeu em sacrifício por nós. Ainda que veio para cumprir toda a Lei (Evangelho segundo Mateus 5:17), era ciente de que seu valor nunca excede o do ser humano. A Lei foi criada para beneficiar, não para oprimir. Jesus explicita tal verdade de outra maneira: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” (Evangelho segundo Marcos 2:27).

Tamanha compaixão O levou a desafiar a religião. Não foi rebeldia. Mas puro bom senso. “E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio.” (Evangelho segundo Marcos 3:3). Sábio como nenhum outro, indagou: “É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se.” (Versículo 4). O silêncio tomou conta do recinto.

A Nova Versão Internacional diz que Jesus se irou. Não era para menos. A resposta era  - e é – bastante simples. Mas não foi ouvida. “Quem cala, consente”, diz o provérbio popular. Tal silêncio foi o grito da indiferença que os acometia. A religião era senhora de seus corações. Não é diferente hoje. Ela apenas ganhou uma parceira inseparável: o sistema eclesiástico.

Algumas obras não serão aceitas, mesmo que atendam o rigoroso crivo do Evangelho de Cristo e redundem na restauração do próximo, em qualquer área, se não obedecerem aos critérios deste sistema. Siga-os na íntegra, senão nada feito. Assim como aconteceu com Jesus, você corre o risco de ser alvo de conspirações que, na maioria das vezes, começam te classificando como rebelde.

A plena observância aos preceitos do Reino de Deus não é apenas a espinha dorsal, mas o fundamento do Cristianismo. O apóstolo Paulo diz que o Templo que está sendo edificado para habitação de Deus no Espírito tem como alicerce a doutrina dos apóstolos e dos profetas, que tem como base o Evangelho (legado) de Jesus, a Pedra Angular (Efésios 2:20-22). Contudo, como vemos na narrativa de Marcos, estes princípios sempre estarão em rota de colisão com a religião. E também com todo e qualquer sistema eclesiástico nela pautado.

A devoção ao sábado quase impediu Jesus de curar a mão daquele homem. Mão fala de ação. Quantas pessoas estão impedidas de realizar a obra de Deus em detrimento do jugo de certos sistemas vigentes em nossas “sinagogas”? Mas Jesus, através de Seu Espírito Santo e de Seus profetas, ordena aos de mãos ressequidas: “venham para o meio!”. Ele quer, a todo custo, curá-los. A cruz é o sinal desta verdade. Mas antes precisa libertá-los de todo e qualquer sistema opressor. Por isso declarou: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (Evangelho segundo João 8:36).

Ouça o chamado e o atenda! A restauração lhe aguarda.

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