domingo, 7 de agosto de 2011

O poder restaurador do perdão


Matheus Viana

A Bíblia é repleta de textos que elucidam a pura e simples verdade de que fomos criados por Deus com um propósito definido e previamente estabelecido desde a eternidade (Isaías 49:1, Jeremias 1:5, Salmos 139:16, Romanos 8:29). Mesmo em meio à extensa variedade de talentos, todos os parâmetros divinos que envolvem nossas atitudes no tocante ao Seu sublime comissionamento consistem no “aperfeiçoamento dos santos para o desempenho de seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”. (Efésios 4:12).

Por isso, no curso da árdua jornada rumo ao cristianismo autêntico, encontramos sérias adversidades e oposições. Há uma vertente que tenta a todo custo nos impedir de alcançarmos a mesma meta proposta pelo apóstolo Paulo: “prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. (Filipenses 3:14). As Escrituras nos advertem: “o diabo, vosso adversário, anda ao derredor, como leão que ruge buscando alguém para devorar”. (I Pedro 5:8). Muitos são seus artifícios. Contudo, o principal estratagema que nos impede de lograrmos êxito em nossa caminhada é o pecado.

O episódio em que Jesus cura um paralítico mostra bem esta triste realidade. “... eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados”. (Evangelho segundo Mateus 9:2). Esta poderosa ordenança faz toda a diferença. Ainda que para muitos de nós (para mim, sem dúvida nenhuma) esta precisa declaração por muitas vezes tenha passado “em branco”, ela é chave para que possamos viver a conduta que Paulo relata em sua carta aos filipenses. Ou seja, prosseguir o alvo.

Quantas vezes o pecado nos impede de trilhar com ousadia o caminho que Deus nos revela e comissiona? Por quanto tempo este mal gerado no coração de um querubim e que veio à tona em pleno Éden não tem sido um importante entrave para o fluir do plano divino sobre a Terra? Ainda que como Corpo de Cristo temos conseguido avanços em meio à sociedade, estamos muito aquém do sublime patamar desejado por Deus.

No contexto espiritual, muitos se encontram como este indivíduo levado a Jesus: paralíticos deitados em leitos. Inertes em suas fraquezas e sucumbidos por seus pecados. Deficiência letárgica! É aqui que entra em cena o poder restaurador do perdão.

Uma oração que faço constantemente é que se cumpra a profecia descrita por Paulo que diz: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”. (Romanos 5:20). A cruz é a maior demonstração desta verdade (I João 4:10). Nunca seremos curados e levantaremos dos leitos do conformismo e da falta de atitude pelos nossos esforços. Apesar do fato de que a decisão deve partir de nosso coração, o constante insucesso que resulta na morosidade e, em muitos casos, no completo cessar da missão que repousa sobre nós é devido às nossas evasivas e vãs tentativas de tentarmos caminhar na força de nosso próprio braço.

Não conseguiremos vencer o pecado pela nossa justiça que para Deus “é imunda como trapo de imundícia”. (Isaías 64:6). Precisamos chegar a Jesus com o nosso coração “quebrantado e contrito” (Salmos 51:17) e recebermos de Seu perdão. Simples assim. Por isso Ele emite a redentora sentença: “perdoados estão os teus (os meus, os seus, os nossos muitos) pecados.”. O veredicto final? “Levanta-te, toma o teu leito e vai para sua casa”. Desfecho deste breve episódio? “E, levantando-se (o paralítico), partiu para sua casa”. (Evangelho segundo Mateus 9:8).

Tome posse deste perdão e levante-se! Você não foi chamado para viver como um paralítico deitado em um leito. Mas predestinado para um nobre propósito: contribuir de forma significativa para que a soberana vontade de Deus encha a terra “assim como as águas cobrem o mar”. (Isaías 11:9).

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