É intrigante a
afirmação “... o que faço não é o bem que desejo. Mas o mal que não quero, esse
eu faço.” (Romanos 7:19 – Nova Versão Internacional). Vemos aqui duas premissas
distintas, porém coesas: desejo e ação. Note que Paulo fala da capacidade
humana de desejar sem, contudo, ocultar a incapacidade de agir segundo o
desejo.
Matheus
Viana
Miserável
homem que sou! Constatação feita por um dos mais importantes personagens do
Novo Testamento bíblico. Ninguém mais, ninguém menos do que o apóstolo Paulo.
Faço
uso deste diagnóstico e o aplico a mim. Afirmo sem pestanejar: sou mais
miserável do que ele. Toda a carta de Paulo aos romanos é fantástica. Mas o
capítulo 7 merece atenção especial. Nele, Paulo elucida sobre a luta que
enfrentamos contra o pecado que habita em nossa carne (Romanos 7:18).
É
intrigante a afirmação “... o que faço
não é o bem que desejo. Mas o mal que não quero, esse eu faço.” (Romanos
7:19 – Nova Versão Internacional). Vemos aqui duas premissas distintas, porém
coesas: desejo e ação. Note que Paulo fala da capacidade humana de desejar sem,
contudo, ocultar a incapacidade de agir segundo o desejo.
É
possível que tenhamos, no íntimo de nosso ser, prazer na vontade de Deus de
modo a desejarmos cumpri-la (Romanos 7:22). No entanto, por conta de nossa
natureza pecaminosa (Colossenses 3:5), não somos capazes de realizá-la por nós
mesmos. Não é só o nosso íntimo (alma) que, conforme Paulo afirma, pode desejar
realizar a vontade de Deus. Com a nossa mente (intelecto), podemos ser servos
dela (Romanos 7:25). Contudo, a carne (físico) sempre nos fará escravos do
pecado.
Qual
a implicação prática de tudo isso? Que a nossa carne deve ser sujeita, a fim de
que nossas ações sejam por ela determinada, por uma psique (alma/mente) submissa
à vontade de Deus. É por isso que o Paulo adverte: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os
vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional.” (Romanos 12:1).
Portanto,
o processo de santificação – que testifica o exercício do Cristianismo genuíno –
implica em sentir o que Jesus sente (Filipenses 2:5) e pensar segundo Ele (I
Coríntios 2:16). Isso é evangelismo! Seremos propagadores (evangelistas) na
medida em que primeiramente formos alvos. Caso contrário, a mensagem
(Evangelho) disseminada não será genuína. O que comprometerá o crescimento do
Cristianismo – no tocante ao caráter – e o consequente estabelecimento do Reino
de Deus sobre a terra.
Mediante
tudo isso, devemos compreender algo chamado ‘epistemologia’, que é a teoria do
conhecimento, sobre Deus, sobre nós e
sobre o mundo em que vivemos. Platão, em seu método de pensamento, dividiu o
conhecimento em duas partes: doxa (opinião) e epísteme (científico).
O conhecimento com que Deus deseja ser conhecido por nós, e também o que precisamos obter, não é mera opinião (doxa) sobre quem Ele é. Mas o conhecimento (epísteme) de Sua personalidade e essência. O qual obteremos na medida em que O adorarmos (relacionamento) em Espírito e em verdade (Evangelho segundo João 4:24). Ou seja, quando permitirmos que o Espírito Santo, através das Escrituras (O Evangelho de Jesus Cristo), transforme a nossa alma e mente. A mudança radical de atitude (carne) será inevitável.
O conhecimento com que Deus deseja ser conhecido por nós, e também o que precisamos obter, não é mera opinião (doxa) sobre quem Ele é. Mas o conhecimento (epísteme) de Sua personalidade e essência. O qual obteremos na medida em que O adorarmos (relacionamento) em Espírito e em verdade (Evangelho segundo João 4:24). Ou seja, quando permitirmos que o Espírito Santo, através das Escrituras (O Evangelho de Jesus Cristo), transforme a nossa alma e mente. A mudança radical de atitude (carne) será inevitável.
Sobre
Deus, precisamos observar a ordem de Jesus: “Examinais
as escrituras, pois elas de mim testificam”. (Evangelho segundo João 5:39).
Sim, o conhecimento de Deus é algo, sobretudo, espiritual. Mas, conforme Jesus
afirmou, o Espírito Santo nos lembrará de Seus ensinamentos (Evangelho segundo
João 14:26). Um processo que se origina no Espírito e alcança o nosso
intelecto. Sobre o homem, há várias ciências para este fim: a biologia
(físico), a antropologia (espécie), a psicologia (alma/mente) e a filosofia
(razão de ser e de existir). No entanto, todas elas são vagas sem o
conhecimento primário de quem Deus é. Pois fomos formados à Sua imagem e
conforme a Sua semelhança.
Assim, na medida em que
descobrimos quem Deus é, descobrimos, consequentemente, quem somos. Se Deus é
santo, somos santos (I Pedro 1:15). Não pelos nossos esforços, mas por Sua
graça manifesta através da cruz (Romanos 5:8) e reverberada por Sua Palavra –
através do Espírito – em nossa alma e mente, de modo que nossa carne não seja
mais escrava do pecado, mas serva da vontade (santidade) de Deus.
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