Matheus Viana
A racionalidade, segundo a Ciência, é o que diferencia o
ser humano dos outros seres vivos. Sendo assim, a capacidade e o exercício do
pensamento são características essenciais do ser humano. O físico e filósofo francês
René Descartes, em seu livro O discurso
do método, preconizou: “penso, logo existo”. Em seu cogito, ele dizia que o ato de pensar, – oriundo do ser pensante que, segundo ele, é o “eu”
humano – se desdobra em sua existência física. Ou seja, o pensamento não é
mero efeito da existência física, mas a causa.
Portanto, é pertinente refletirmos – olha ele aí de novo –
sobre a origem do pensamento. O escritor e pensador britânico C.S Lewis
elucidou: “Supondo que não haja uma
inteligência criadora por trás do universo, então ninguém planejou o meu
cérebro para o propósito de pensar. O que acontece é apenas que, quando os
átomos dentro do meu crânio, por razões físicas ou químicas, se arranjam de
certa maneira, isso me dá, como um resultado, a sensação que eu chamo de
pensamento. Mas, se é pensamento, como posso confiar que meu próprio pensamento
é verdadeiro? É como virar uma jarra de leite e esperar que a forma como o
leite se espalha lhe apresente um mapa de Londres. Mas, se não posso confiar em
meu próprio pensamento, certamente não posso acreditar nos argumentos que levam
ao ateísmo. Por isso, não tenho nenhuma razão para ser um ateu ou qualquer
coisa semelhante. Se eu não creio em Deus, não posso crer no pensamento.
Portanto, não posso usar o pensamento para não crer em Deus”.
Complexo! Assim como todo o processo que envolve o
pensamento. Vamos analisar a elucidação de Lewis, dividindo-a em três partes,
para que possamos compreendê-lo.
1 - Supondo que não haja uma inteligência
criadora por trás do universo, então ninguém planejou o meu cérebro para o
propósito de pensar.
Devemos evocar os argumentos teleológico, defendido por Willian Paley, e o cosmológico, defendido por Tomás de Aquino. A
síntese de ambos preconiza que tudo o que existe na natureza possui um
propósito e, por isso, há um ser que a rege. O evolucionismo – em grande parte
pautado pela ideologia ateísta - parte do pressuposto de que tudo na natureza é
proveniente do “acaso”. Se tudo na natureza passou a existir por acaso, então
não há propósito. Sem propósito, o pensamento não possui sentido.
2 - O que acontece é apenas que, quando os
átomos dentro do meu crânio, por razões físicas ou químicas, se arranjam de
certa maneira, isso me dá, como um resultado, a sensação que eu chamo de
pensamento.
O ato do pensamento, segundo a ciência, – especificamente
a neurociência - é resultado de processos físicos, químicos e biológicos que
ocorrem no cérebro. Conforme a própria fenomenologia científica preconiza, todo processo natural
está sujeito a leis. De acordo com um dos princípios da Lei da Termodinâmica, estas leis não surgem de forma espontânea, mas são
estabelecidas. Se são estabelecidas, possuem um propósito. Se há propósito, há
algo ou alguém que as estabeleceu.
3 - Mas, se é pensamento, como posso confiar que meu
próprio pensamento é verdadeiro?
Mas, se não posso confiar em meu próprio pensamento, certamente não posso
acreditar nos argumentos que levam ao ateísmo. Por isso, não tenho nenhuma
razão para ser um ateu ou qualquer coisa semelhante. Se eu não creio em Deus,
não posso crer no pensamento. Portanto, não posso usar o pensamento para não
crer em Deus”.
Só podemos ter este tipo de dúvida se tivermos consciência
da existência da verdade. Sem esta consciência, a própria dúvida não existiria.
Por isso, precisamos primeiramente obter a verdade que nos sirva de parâmetro.
A obtenção da verdade científica é baseada no método cartesiano que influenciou
Francis Bacon a criar o método científico utilizado até os dias atuais. O
método teorizado por René Descartes consistia, em primeiro lugar, na dúvida; ou
seja, em questionar tudo o que recebeu como verdade. Em segundo lugar, usava
as leis da lógica, da álgebra e da geometria. Se as leis são usadas para a
obtenção da verdade, elas existem porque foram estabelecidas por algo ou
alguém.
Se digo que as leis surgiram por acaso, não há propósito.
Sem propósito, o pensamento não tem sentido e, consequentemente, não tenho a
capacidade de discernir se ele é verdadeiro ou falso, já que não tenho um
sentido que me sirva de base.
Precisamos também saber da importância do senso moral (de
certo e errado). Só sei o que é errado porque existe o certo, e vice-versa. O
certo e o errado só existem por causa das leis. Sem leis, não há ordem, não há
senso moral, não há verdade ou mentira. Sem verdade, não há como saber se meu
pensamento é verdadeiro ou falso, já que não tenho nenhuma referência.
Por que pensamos?
Esta resposta pode ser dada através de dois pontos de
vista: o teológico e o científico. Há também o filosófico, mas não o elucidarei aqui para que o texto não fique exaustivo. O teológico afirma que o ser humano, ao ser criado
por Deus, tornou-se alma vivente e, por isso, recebeu a capacidade de pensar,
sentir, desejar e escolher (Gênesis 2:7). Já o científico afirma que o
pensamento é fruto de processos químicos, físicos e biológicos ocorridos no
cérebro. Ambos apontam para a existência de um Criador.
O teológico diz que o ser humano recebeu a capacidade de
pensar após receber o fôlego de vida deste Criador. Fato que vai de encontro ao princípio científico da Lei da Biogênese, teorizado por Louis Pasteur. O
científico diz que o pensamento é fruto de um processo complexo. Contudo, todo
processo na natureza, conforme vimos anteriormente, está submetido a leis. Leis
não surgem de forma espontânea, mas são estabelecidas - princípio da Lei da termodinâmica. O físico e matemático Adauto Lourenço afirma: “A Ciência demonstra que todas as
coisas foram criadas. Mas o cristianismo revela quem é o Criador”. (LOURENÇO,
Adauto – A Igreja e o Criacionismo – Editora Fiel, São José dos Campos, 2009).
Como posso saber se
meu pensamento é verdadeiro?
Preciso, primeiramente, ter o conhecimento da verdade que me sirva de referência. Ou seja, se meu pensamento está ou não de acordo com a
verdade que conheço.
Como posso saber se
a verdade que conheço é, de fato, a verdadeira?
Todo ser humano tem necessidade de uma verdade que lhe
sirva de referência. De acordo com C.S Lewis, esta necessidade é indício da
existência de uma verdade soberana e primária. E a verdade soberana e primária
é a que Deus estabeleceu sobre o ser humano quando o criou.
A origem do
pensamento
Segundo Descartes, a dúvida é o sintoma da imperfeição. A ciência só é possível por causa das dúvidas que acometem o ser humano. Logo, a ciência não pode ser, por si só, perfeita. Descartes deduziu que se ele duvida, é porque é imperfeito. Por ser imperfeito, o ser humano não pode pensar, por si mesmo, em algo perfeito. Se temos a ideia de um ser perfeito, este pensamento não vem de nós, mas de alguém que é perfeito. Este alguém perfeito, segundo Descartes – considerado o pai do racionalismo e cuja obra influenciou a Revolução científica do século XVII – é Deus. O apóstolo Paulo, milênios antes, elucidou: “Quem conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo? Ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus.” (I Coríntios 2:16, 11).
Logo, se pensamos, é porque Deus existe.
Segundo Descartes, a dúvida é o sintoma da imperfeição. A ciência só é possível por causa das dúvidas que acometem o ser humano. Logo, a ciência não pode ser, por si só, perfeita. Descartes deduziu que se ele duvida, é porque é imperfeito. Por ser imperfeito, o ser humano não pode pensar, por si mesmo, em algo perfeito. Se temos a ideia de um ser perfeito, este pensamento não vem de nós, mas de alguém que é perfeito. Este alguém perfeito, segundo Descartes – considerado o pai do racionalismo e cuja obra influenciou a Revolução científica do século XVII – é Deus. O apóstolo Paulo, milênios antes, elucidou: “Quem conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo? Ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus.” (I Coríntios 2:16, 11).
Logo, se pensamos, é porque Deus existe.
Tudo começa no pensamento e sempre seremos o que pensamos
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