Muitas são as
questões a serem respondidas. O motivo é simples: a dúvida é o fator motriz da
existência humana e, por conseguinte, de tudo que está relacionado a ela. Esta
dúvida está pautada na própria existência humana.
Matheus
Viana
Qual
tem sido a nossa reação diante de tantos erros e injustiças existentes no
mundo? O que é certo ou errado? O que é justo ou injusto? Qual o padrão de
normalidade que fundamenta e determina tais definições? Qual a origem deste
padrão? O que é normalidade? Qual a razão de sua existência? Ela existe? Qual
sua origem?
Muitas
são as questões a serem respondidas. O motivo é simples: a dúvida é o fator
motriz da existência humana e, por conseguinte, de tudo que está relacionado a
ela. Esta dúvida está pautada na própria existência humana. Explico.
Na
tentativa de respondê-la, para a partir de então tentar responder todas as
outras questões que surgem consequentemente, alguns afirmam que a resposta é o acaso.
Não houve um tempo preciso – mesmo o “tempo” de Planck é inconclusivo. Não
houve um propósito. Não houve um padrão pré-estabelecido. Uma explosão
acidental chamada “Big Bang” aconteceu, de acordo com alguns, e dela surgiu o
universo, as galáxias, os planetas e toda a natureza, incluindo os seres
humanos.
Mas
como? Qual foi o processo? A teoria evolucionista é pura especulação. A
explicação fenomenológica é insatisfatória e inconclusiva. O processo evolutivo,
como o próprio nome diz, explica a “evolução” da espécie humana, mas de maneira
nenhuma sua origem. Se somos oriundos de uma explosão cósmica espontânea, onde
se encaixam as Leis da termodinâmica (todos os processos naturais estão
sujeitos às leis naturais, e estas leis não surgem de forma espontânea) e da
Biogênese (vida gera vida), por exemplo?
Se
o Big Bang de fato existiu, a origem humana, como afirmam os evolucionistas,
foi produto da colisão entre matéria e energia, e não de vida capaz de gerar um
ser vivo, conforme preconiza a Biogênese. Deve-se considerar também o caráter
idealista que fundamenta esta teoria: o ateísmo. O que compromete o caráter
científico.
Refletir
apenas no contexto científico na tentativa de encontrar respostas satisfatórias
para as questões existentes é se submeter a um reducionismo. O cientificismo
(ou naturalismo) tenta, mas o insucesso é notório. O ser humano não pode ser
analisado apenas sob o prisma científico (com todos seus desdobramentos e
ramificações). O motivo é porque sua origem também não pode.
Ainda
que o cérebro comande as ações humanas (dos pontos de vista cognitivo e motor), tal fato não anula o de termos uma
alma. Platão, que dizia que o ser humano é governado pela razão, - que para ele
é representada pelo cérebro – em sua teoria dicotômica “consciência/corpo”,
preconizou que o ser humano também era munido dos sentimentos de coragem
(região do peito/tórax) e de desejo (região do baixo ventre). Uma tentativa de
descrever a integralidade humana.
A
psiquiatria, juntamente com a psicologia, com vasta contribuição da
psicanálise, não faz distinção, ao conceituar a alma, entre sentimento e
intelecto. Na teoria “somática”, a alma é completamente ligada ao corpo. Sendo
assim, a neurociência, por exemplo, não é capaz, por si só, de responder todas
as questões sobre a existência humana.
O primeiro passo é
procurarmos responder de forma satisfatória, sem reducionismos ou especulações,
as questões sobre a origem e propósito de nossa existência. Pretensão demasiada?
Claro que é. Talvez não alcancemos tamanha pretensão. Mas a tentativa, feita de
forma ampla, nos leva para mais próximo dela. Por que não ousar?
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