Matheus Viana
Marxistas
e darwinistas têm um ponto em comum: a maneira rígida – para não dizer
fundamentalista - de interpretar e entender o mundo. Para o marxista, o mundo é
resultado de uma dialética histórica de luta de classes opostas. Para os
darwinistas, é resultado de processos evolutivos que ocorreram e ainda ocorrem de
forma acidental.
Sendo
assim, propósito é algo que não existe. Richard Dawkins que o diga. Diante
disso, imaginemos a natureza sem o elemento “propósito”. O sol não serve para
emitir luz e calor sobre a Terra, o faz por acidente. A precisão e perfeição
dos movimentos de rotação e translação da Terra são acidentais. O eixo da
órbita da Terra em relação ao sol também é. A camada de ozônio não possui o
propósito de proteger a Terra da radiação do sol nociva aos seres humanos, o
faz por acaso.
O
ciclo reprodutor humano é acidental. Ou seja, o útero não possui o propósito de
fecundar o sêmen do homem a fim de gerar vida. O nascimento de um ser humano é
acidental. Consequentemente, a vida, como um ente natural, também é. Logo,
estamos perdidos, vivendo em um universo que surgiu por acaso. Somos,
literalmente, acidentes da natureza.
Calma!
A Ciência não atesta tais absurdos. Pelo contrário, preconiza a existência de
propósito em cada coisa na natureza. Vejamos os seres humanos. Cada membro do
nosso corpo possui um propósito definido. Por exemplo, enxergamos através de
nossos olhos. Logo, o propósito dos olhos é de nos fornecer visão. E isso desde
a existência dos seres humanos. Nunca outro órgão cumpriu este papel. Até mesmo
a teoria da evolução não diz que há milhões de anos ouvia-se com os olhos,
via-se com os ouvidos e comia-se pelo orifício anal. O macho não pode e nunca pode fazer
nascer, mesmo que seja um ser da mesma espécie, de seu ventre. Somente a fêmea. Já pensou nisto?
A
chamada ciência natural não tem como intento descobrir a verdade sobre a origem
de todas as coisas, mas apenas construir uma completamente desprovida de propósito.
Pois quando não há propósito, não há responsabilidade. É desnecessário dizer
que os cristãos que creem - o verbo é completamente pertinente – na teoria
evolucionista negam – mesmo não querendo - a fé no cristianismo. Pois se o ser
humano é produto do acaso, não há nele propósito. Sem propósito, não há pecado,
já que o termo hebraico hata significa, literalmente, errar o alvo/não cumprir o propósito estabelecido. Sem
pecado, não há redenção. Sem redenção, Jesus não passa de um mero personagem
histórico e o cristianismo de uma mera religião.
Na
contramão, o próprio Jesus testificou a literalidade de Gênesis (Evangelho
segundo Marcos 10:6). O apóstolo Paulo, debatendo com epicureus e estoicos,
afirmou que Jesus é “O Deus que fez o
mundo e tudo o que nele há (...) De um só ele fez todos os povos, para que povoassem
toda a terra, tendo determinado os tempos anteriormente estabelecidos e os
lugares exatos em que deveriam habitar”. (Atos 17:24-26).
O
salmista Davi elucida: “Tu criaste o
íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe.” (Salmo 139:13).
Dizer que tal fato é obra do acaso é pegar a magnitude da obra de Deus e atribuí-la
à natureza. Desta forma, a natureza, ou melhor, a ciência natural, torna-se um
deus. Um deus que, pela força dos fatos, também surge por acaso.