Matheus Viana
O
medo aumenta na medida em que o fôlego diminui. Confissão que permeia meu
coração. Preocupação que atormenta minha mente. O questionamento de outrora que
relatei em meu livro vem novamente à tona: “O que nutro em meu coração é fé ou
medo de morrer?”, apesar da
resposta ser evidente. Por isso preciso trilhar o mesmo processo a fim de obter
a mesma descoberta nele relatada. Exercício árduo.
A
escassez em minha respiração tem, além de aumentado, me deixado cada vez mais
fraco. Uma simples caminhada de poucos metros, e em um ritmo bastante tranquilo
e lento, causa em mim um ofegar preocupante, além de uma taquicardia
assustadora. Dormir está cada vez mais difícil. A chamada “apneia do sono” não
me deixa ter um sono revigorante. São vários períodos curtos de sonos rasos e
que, por isso, não permitem o descanso que tanto preciso.
Fôlego.
Sua escassez me faz lembrar do prognóstico médico de fazer uso de um balão de
oxigênio, o que nunca fiz até a presente data. Também me fez meditar sobre sua
importância. Fôlego não é “meramente” importante, é vital. O ser humano se
tornou vivente após receber o fôlego de vida (nishmat chayin, no hebraico) de Deus sobre suas narinas (Gênesis 2:7). Este
mesmo fôlego inicial foi o que ressuscitou Jesus dos mortos. E é ele, personificado no Espírito Santo, que passa a habitar em nós quando nos submetemos ao Seu Senhorio e à Sua salvação
(Romanos 8:11). A expressão Espírito que aparece em Romanos 8:11 no original grego é pneuma, por isso pode ser traduzida como
fôlego. Ou seja, o Espírito de Deus é
também o fôlego de vida de Deus em nós. Tanto no hebraico (ruach) quanto no
grego (pneuma) uma única expressão é traduzida para o português como espírito e fôlego.
Apesar
de minha respiração precária, o Espírito (Fôlego) de Deus habita em mim,
pairando sobre minha vida assim como pairava, no início, sobre a face do abismo
(Gênesis 1:2). A expressão Espírito de
Deus que aparece no referido texto é a tradução da expressão original Ruach Elohim. Sendo assim, não há
motivo para que eu tema. Preciso apenas me atentar, devida e satisfatoriamente,
para este fato. Pois meu escasso fôlego tem o poder de tomar minha atenção e
também minha emoção. A fé desfalece. A nuvem negra do medo se avoluma. Mas se
dissipa na medida em que me atento para o fato citado acima. O Ruach Elohim está sobre mim. Ele tem
garantido o meu viver. Ele é o meu “balão de oxigênio”.
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